Clã dos Lobos
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Entrar

Esqueci-me da senha

Quem está conectado?
1 usuário online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 1 visitante

Nenhum

[ Ver toda a lista ]


O recorde de usuários online foi de 61 em Ter 06 Abr 2021, 2:23 pm
abril 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930    

Calendário Calendário

Últimos assuntos
» Diário de Campanha
Diário de Campanha I_icon_minitimeSáb 12 Jul 2014, 12:52 pm por Lu Ciacci

» Samantha Wilder Castle [Journal]
Diário de Campanha I_icon_minitimeSeg 03 Mar 2014, 3:09 pm por Lu Ciacci

» Christopher Alexander Reynolds [Journal]
Diário de Campanha I_icon_minitimeSex 21 Fev 2014, 4:01 am por Og

» Papo cabeça."..?"
Diário de Campanha I_icon_minitimeQui 20 Fev 2014, 9:37 pm por Og

» Christopher Alexander Reynolds [Background]
Diário de Campanha I_icon_minitimeQui 20 Fev 2014, 4:56 am por Og


Diário de Campanha

Ir para baixo

Diário de Campanha Empty Diário de Campanha

Mensagem por Lu Ciacci Dom 10 Fev 2013, 5:50 pm

PRELÚDIO

I



Tec-tec-tec. Este era o som vindo de trás do dirigível. “Vamos homens, trabalhem com mais gosto” dizia entre gargalhadas Nur Shredder, o capitão da embarcação gobliniana. Os pequeninos esverdeados corriam de um lado para o outro fazendo os curiosos mecanismos daquele transporte funcionarem com perfeição.

Abaixo deles o imenso tapete verde das Florestas Esquecidas se estendiam mistériosas, enigmáticas. O verde vivo e ameaçador da mata refletia nos olhos curiosos do jovem Leomund. Era tudo tão novo e fantástico para ele. Muitos de seus companheiros descansavam nas redes dentro da cabine de passageiros, a única que lhe acompanhara no passeio pela poupa fora Morrigan, uma linda jovem de valores deturpados, Lokki, um devoto fervoroso da Deusa Aedrannis, Glup, uma jovem selvagem que anda sempre acompanhada de seu réptil amigo Croc, e Egreog, um guerreiro sem muita paciência para estratégia, eram as pessoas que ele prometeu seguir e proteger se fosse preciso, se fosse muito, mas muito preciso.

Observando ao redor ele notou um grupo de elfos e outro de anões, dentro da cabine havia também uma família de humanos. O destino dos jovens era a Cidade Arena, berço dos grandes heróis e lendas, o que levara o jovem Leo a sair da sua cidade e conhecer o mundo era seu desejo por conhecer mais e compor lindas canções, o que o fizera decidir por caminhar para a cidade Arena fora o Jovem Lokki, que com um olhar dourado e perfeita escolha de palavras o convencera de que suas músicas seriam melhores se partissem para lá, para a cidade das grandes canções e histórias. “Seria mesmo o certo para mim trilhar esse caminho?” questionou-se. Ele coçou a cabeça desviando a mente dos pensamentos inseguros e caminhou para perto dos elfos.

Leomund não sabia de muitas coisas, mas uma coisa ele sabia, elfos vivem muito. Veem muito e sabem muito. São um pouco arrogantes pela sua capacidade de ver reinados mudarem de reis como as estações do ano passam para nós. Com seu jeito jovial e simples ele se aproxima dos elfos.

_ Olá senhores! Meu nome é Leomund Piergeiron Barisalan Tully, mais conhecido como Leo – após erguer a cabeça com um sorriso notou que estava sendo observado e avaliado de cima em baixo. Tomando para si a liberdade de fazer o mesmo notou que um dos elfos usava uma túnica de tons roxo, amarelo e branco. Todos devidamente alinhados dando um aspecto harmonioso para os detalhes presentes no tecido. Sustentado no ombro uma bolsa de couro escondia/protegia pesados itens e em sua mão um cajado de madeira escura suportava um cristal vermelho cintilante. Já o outro usava vestes um tanto rústicas, o tecido de couro escamoso avermelhado entrelaçava um material branco e rígido, depois de reparar com mais ímpeto, notou que se tratava de ossos, grandes ossos trabalhados formando uma espécie de armadura. Em sua mão estava um bordão, aparentemente comum, e certo pelas escrituras em élfico que identificou ser “A balança deverá sempre estar equilibrada”.

Após as observações, o elfo de túnica roxa vira-se para o outro e ignorando a presença do jovem diz em sua língua mãe.

_Lastimável termos que ter contato com esses seres ignóbeis. Tem certeza que não poderia levar-nos daqui Naivain?
Antes que o elfo de longos cabelos loiros pudesse responder, Leomund um pouco ofendido pelas palavras resolve se mostrar ciente do pouco caso, busca na mente as palavras certas e com uma fluência quase que nativa responde em élfico.
_ Vocês parecem um pouco incomodados com minha presença, se quiserem que eu saia, só precisam falar. Mas antes poderia me dizer o que é “ignóbeis”? – ele sorri de forma carismática e alegre ao ver que surpreendera os antigos elfos a sua frente.
_ Ignóbil é uma forma de dizer que o intelecto de um humanoide é inferior ao seu sem descer ao nível de ignorância do mesmo. Antes de mais nada, poderia sanar minha curiosidade a respeito de sua pessoa? – Leomund apenas acena que sim com a cabeça e o elfo prossegue - Onde aprendeu nossa língua?
_ Responderei assim que tive seus nomes – ele permaneceu com o sorriso jovial no rosto.
_ Meu nome é Selmah Dwin’Tlarn e este é Naivain Gysseplith, somos do reino de Eddannan, fica a noroeste de onde estamos.
_ Sei onde fica. O reino das Grandes Florestas, certo? – os elfos acenaram com a cabeça – Bom, eu aprendi um pouco de sua língua natal nos antigos livros da biblioteca de meu pai, além de ter certo contato com alguns de sua espécie durante minhas viagens. O que ajudou na pronúncia.
_ Curioso! Você é intrigante, humano. E o que faz indo para o Reino de Talerian, busca mais conhecimento? – perguntou Selmah aproximando o rosto do rosto do jovem como se tentasse ler sua mente.
_ Busco mais histórias, quero conta-las através de minhas composições – sorriu pegando o bloquinho e uma pena que guardara no bolso.
_ Sabe que todas as grandes histórias já possuem uma canção, certo? – questionou Naivain, que pela primeira vez soprara palavras ao vento.
_ Sei sim, por isso estou indo para Tarlerian com meus companheiros, desejo escrever sobre nossas próprias aventuras. Se eu perguntar sobre algo poderia me dizer?
_ Se eu estiver em posse de tal conhecimento – Respondeu Selmah com um sorriso amistoso.
_ O que é exatamente o Pico Sombrio? Eu nasci em Tarlerian, mas as informações sobre o surgimento desse pico ficou perdida em páginas rasgadas ou bocas silenciadas.
_ Pico Sombrio? Você se refere a grande montanha que separa os reinos de Tarlerian e Orilnor, certo? – ele caminha pela madeira rangente da poupa indo em direção ao leste – O Pico sombrio surgiu há 7 ou 8 gerações de reis, aproximadamente 70 ciclos de passagem das bestas1. Após a grande guerra entre os antigos reis, Orilnor, Tarlerian e Aelenys . Esses três irmãos guerrilharam entre si durante muitas luas. Foram três bestas mortas em batalhas. E no final resolveram por dividir o território de seu pai em três: Reino de Orilnor, Reino de Tarlerian e o Reino de Aelenys. Aelenys ficou com o pior reino, mas por ser mulher não pode discutir muito, naquela época mulheres nem poderiam brandir um espada como ela fazia com muita ousadia. Orilnor pegou a segunda pior parte do reino por ser o irmão caçula, as terras ao leste só não eram tão inférteis quando as do norte e enquanto Tarlerian, o mais velho e ambicioso dos irmãos, ficou com as terras ao sudoeste, férteis e belas. Aelenys começou a buscar formas de tornar as terras do norte produtivas e aos poucos se tornou um reino prospero, já Orilnor não suportou o descaso e abuso do irmão – Selmah fez uma pausa e voltou os olhos para o rapaz, Leomund estava extasiado, seus olhos não desfocavam do elfo um segundo, ele voltou os olhos para o horizonte sentindo o vento balançar seus cabelos castanhos – Orilnor começou a se revoltar e distanciar-se dos dois irmãos e anos mais tarde a guerra entre os reinos começou. Para deter os avanços das tropas de Orilnor e todo o mal que lá residia, o pico sombrio foi erguido.
_ Como ele se ergueu? Quem o ergueu? – questionou o curioso Leo dando alguns passos em direção ao místico elfo.
_ Selmah – chamou em alerta Naivain.

Ambos, Selmah e Leomund, olharam para a mesma direção de Naivain. O convés estava cheio de pontos verdes correndo de um lado para o outro, os goblins pareciam preocupados e isso incluía o capitão, que havia desmanchado o sorriso.
Leo percorreu com os olhos o convés até encontrar sua amiga Morrigan cambaleando e gritando qualquer coisa sem sentido, próxima a ela estavam dois anões, um deles segurando uma garrafa da forte cerveja anã. Não foi difícil juntar as peças. Leo desceu as escadas em um único pulo após o estrondoso som do trovão. O céu antes limpo agora estava negro como a noite, os clarões dentro das nuvens apresentavam imagens distorcidas e pavorosas, não parecia uma tempestade comum. O vento fazia as cordas que prendiam a embarcação ao balão vibrarem fazendo um zumbido semelhante a um assobio.

Leomund caminhou até a alterada companheira que balançava perigosamente enquanto caminhava próxima a borda.
_ Morrigan, é melhor eu te levar pra um lugar seguro – disse buscando o braço da companheira com uma das mãos.
_ Não preciso de ajuda – disse com a boca um pouco mole e com a fala embolada – Eu estou bem e consigo caminhar com perfeição – o trovão explodiu no céu como um grito de dor de algum dos deuses.
_ Ei vocês! – nem dos dois havia percebido a aproximação do jovem goblin e olharam para o mesmo em um susto – Para cabine devem voltar, humanos. Perigoso aqui está – Leomund afirmou com a cabeça e começou a puxar a jovem para a parte de dentro do navio.

Lá em baixo estava escuro, a água descia em cachoeira pela escada de madeira. Bem ao centro, como se olhasse para o leste, estava Lokki, sua voz propagava palavras de adoração, perto dele a família de fazendeiros havia se juntado buscando conforto na presença do devoto. Enquanto caminhava cruzando a cabine carregando consigo Morrigan, parou para prestar atenção em uma parte da oração:

“Poderosa é Aedrannis, com seus raios de luz resplandecentes que separam as nuvens de tempestade devolvendo a vida ao cenário cinzento.
Poderosa é Aedrannis, com seu calor ardente que derrete o gelo frio trazendo as flores e saudando o solo fértil.”


A esquerda próximos a escada estavam os elfos que há pouco conversará, do outro lado da sala estavam os anões, os mesmos que embebedaram a mulher que agora só caminhava apoiada em seus ombros. Eles pareciam apreensivos e conversavam entre si, Leomund não buscou ouvi-los por mais que a curiosidade lhe latejara a mente. Quando estava na metade do caminho até o fundo do ambiente, Egreog aproximou-se e tomou para si a responsabilidade de carregar a jovem até o final.

_ O que está havendo lá fora? O aerobarco está balançando demais – perguntou o jovem robusto de olhar pesado.
_ Uma tempestade, com ventos muito fortes – disse o jovem estudioso buscando a pequena Glup com os olhos.
Ela estava encolhida em um dos cantos esquecidos do barco abraçando o companheiro réptil pelo pescoço e repousando a pequena cabeça na testa do animal.
_ Está tudo bem pequenina? – perguntou Leomund se aproximando dela e acariciando o cabelo da criança.
_ Tô com medo do barulho. E o Croc também – ela disse levantando a cabeça e olhando com os olhinhos mareados para Leo.
_ Tentei reconfortar aquela família – disse o paladino se aproximando do grupo – mas temo que minhas palavras e devoção não empesam o que quer que nosso futuro nos aguarde.
_ Não se preocupe com eles – disse Morrigan sendo posta sentada na cadeira pelo robusto Egreog – se você morrer eles não lembrarão seu nome mesmo, e o mesmo para você. Ou vai dizer que se lembra do nome deles? Fala o nome da criancinha ali se você é tão generoso quanto diz ser.

Lokki respira fundo, mas escolhe pelo silêncio, ele sabia que não valeria a pena gastar seu élfico com alguém incapaz de oferecer ajuda sem pedir algo em troca.
Os elfos foram os primeiros a olhar para fora da cabine. O ultimo raio fora muito próximo e o clarão agora trepidava em chamas que consumiam o gigantesco balão.

_ O que foi isso? – Perguntou Leomund em um pulo.
_ Sinto cheiro de – o rustico guerreiro arregalou os olhos – fogo!

Lokki tomou a frente e foi ver o que estava acontecendo. A parte da frente do barco estava em chamas, assim como o balão, lá em cima os goblins corriam gritando coisas como “estamos perdendo altitude”, “tragam mais um balde de água”, “vamos todos morrer”. Lokki voltou ordenando.

_ Todos para o fundo da cabine! Deitem nas redes para evitamos o impacto!
_ E o croc? – perguntou a pequena sendo puxada para cima e posta numa rede pelo Egreog.
_ Onde vão? Voltem! Não é seguro! – gritou o jovem e franzino Leomund para os elfos que caminhavam para fora da embarcação.

Ele correu para tentar alcança-los, mas a única coisa que pode ver foi o bater de asas de uma gigantesca águia e seu contorno sumir entre as nuvens de chuva. Quando voltou ouviu palavras em Dracônico, eram os anões. O de roupas leves e sorriso manso segurava um pergaminho e dizia:

“De quatro direções, escolho uma. Dos 11 reinos, apenas para um irei. Pela sabedoria de Blaspell e habilidade de Ganterius. Eu conjuro Circulo de Teleporte”

Quando Leomund pensou em pedir carona, os anões já estavam dentro de um circulo de luz azulada e em um piscar de olhos já não estavam mais lá.
_ Leomund! – Gritou Lokki trazendo-o de volta de seus pensamentos – rápido! – disse ele apontado para a última rede não ocupada ao fundo.
Quando já estava deitado na rede uma observação lhe clareou.
_ Lokki, é você? – perguntou notando que só havia redes próximas à escada, ao impacto, ao fogo.
_ Eu vou ficar bem. Não se preocupe com...
Antes que pudesse terminar a frase o aerobarco inclinou a proa em direção ao solo, a velocidade da queda tirou os pés do paladino do chão. Era uma sensação estranha, todos se sentiam como se flutuam em uma lagoa serena. A família se agarrou ao pai enquanto Lokki sentia suas costas presas no teto da cabine, o calor das chamas entrava pela escada como pequeninas chamas dançantes.
E depois, tudo era escuro. Escuro e vazio.


Última edição por Lu Ciacci em Qui 25 Abr 2013, 9:46 pm, editado 2 vez(es)
Lu Ciacci
Lu Ciacci
Co-Administrador
Co-Administrador

Mensagens : 536
XP : 5402
Data de Inscrição : 04/10/2011

FICHA
Nível: PS 6
Classe: Mekhet
Mesa: Vampire

Ir para o topo Ir para baixo

Diário de Campanha Empty Prelúdio 2º Parte

Mensagem por Lu Ciacci Qui 28 Mar 2013, 5:44 pm

II


Nas trevas de um cenário cinzento Morrigan se viu. Ela podia sentir o solo gelado e rochoso sob seus pés descansos. Seu corpo estava nu, desprotegido da frieza que secava seus olhos e fazia seu corpo tremer. Seus olhos vislumbraram o horizonte rochoso e sem vida. É um solo infértil, mórbido, tenebroso. A sensação de estar sozinha desapareceu subitamente quando seus olhos voltaram-se para trás e vislumbraram um vulto negro a sua frente. A figura crepuscular balbuciava palavras sem sentindo, sua pronuncia era diferente que qualquer outra que ouvira ou era outra língua, há muito esquecida ou proibida. Seus olhos brilhavam, entre as travas de seu rosto cadavérico, verdes. Sua presença causava-lhe mal estar, seu cheiro embrulhava o estomago. Um cheiro de morte, de muitos anos de morte. Vagarosamente a criatura veio se aproximando, pronunciando palavras estranhas, distantes de qualquer língua compreendia pela jovem. Ela estava em choque, seu corpo não se movia e as mãos vaporosas e sombrias continuaram se aproximando, buscando sua face, quando quase podia sentir sua pele esfriar pela proximidade, ela acordou.

Seu corpo doía da queda e ao seu lado estavam seus amigos, acordados, com os olhos igualmente arregalados, suados e assustados. O pesadelo havia sido o mesmo? Morrigan não tinha dúvidas, havia sido o mesmo, todos acordaram juntos com dores e assustados. O que ela aquela criatura e o que queria? Mas a pior das perguntas não era referente ao sonho e sim ao lugar onde estavam e como sair de lá vivos. Os jovens aventureiros haviam caído nas Florestas Esquecidas e estava anoitecendo.

_ Estão todos bem? – perguntou Egreog ajudando Morrigan a se levantar.
_ Meu bumbum dói – respondeu a pequenina Glup.
Um gemido de dor e pavor veio de dentro dos escombros do aerobarco. Era a voz de Lokki, fraca e tremula.
_ Eu – ele engoliu a saliva sentindo o gosto de sangue retroceder na garganta – eu não consigo sentir minhas pernas.

Era visível a revolta do guerreiro de olhos dourados e cabelos loiros. Ele sentou o corpo buscando sentir as pernas tocando-as, mas não obteve sucesso. Os companheiros se aproximaram buscando uma maneira de mantê-lo em pé, mas ao puxá-lo a dor latejou em suas coxas.

_ Não dá! Está doendo muito – reclamou Lokki quase sem ar.
_ O que faremos? – perguntou Egreog olhando para Leomund que tentara junto a amigo erguer companheiro ferido. Mas o jovem e franzino amigo apenas balançou a cabeça sentindo ela vazia de ideias.
_ A mãe e as crianças tão chorando – apontou a pequena Glup para a família.

A família que estava a caminho da cidade arena e busca de uma nova vida, acabara de perder o pai. Seu corpo em tons rubros devido a uma estaca de madeira atravessada em seu estomago. As crianças choravam agarradas a mãe e a mesma acariciava a face fria do marido. Leomund se aproximou deles devagar.

_ Não há nada que você possa fazer – Ele tocou o ombro da mãe que chorava.
_ Não posso acreditar que ele se foi. Você não pode nos abandonar aqui Lucio! Você disse que as coisas iriam melhorar. Você jurou que faria de tudo para melhorar. Por quê? Por quê?

Quanto os gritos de sofrimento da mulher ecoavam pela floresta cada vez mais escura. A aquilo não atraia bons pressentimentos para os jovens aventureiros.

_ Onde exatamente estamos? – questionou Morrigan olhando para a copa das árvores quebradas com a queda.
_ Estamos nas Florestas Esquecidas – disse o bárbaro pegando alguns galhos para improvisar um suporte para o amigo devoto de Aedrannis.
_ Eu gosto de florestas – observou Glup acariciando a grande cabeça do companheiro réptil.
_ Um momento! Você disse Floresta Esquecida? – Perguntou o jovem Leomund sentindo a temperatura do corpo subir – Pela sabedoria de Blaspell. Estamos na boca de um dragão vermelho! Na boca não! Entre os dentes e sendo mastigados e rezando para que ele tenha piedade e faça nossos corpos virarem cinzas e poupar-nos do sofrimento!
_ Acalme-se Leomund! – disse Morrigan finalmente se aproximando do grupo – o que há de tão perigoso nessa floresta.
_ Eu não sei, você não sabe, ninguém sabe. Não se contam histórias a respeito desse lugar e não se contam porque quem entra aqui, jamais sai! – ele disse a ultima palavra em um grito abafado entre os dentes – eu sabia que deveria ter ficado em Eore.
_ Mas você não está mais lá – disse o portador de uma voz encantadora e reconfortante – e nós todos vamos sair vivos dai.
_ Temos que partir – opinou o rustico guerreiro das montanhas mais frias – já está muito tarde e o cheiro dos corpos atrairão animais.
_ Por estar tarde digo que devemos ficar – opinou Morrigan – ficaremos mais seguros dormindo onde possui melhores condições de descanso.
_ Quero minha casa – disse a pequenina Glup abraçando o pescoço de Lokki que estava sentado ao chão.
_ Eu só quero não estar mais aqui – disse Leomund quase que em súplica.
_ Nós vamos passar a noite aqui. Amanhã cedo partiremos. Egreog, qual caminho devemos seguir?

O guerreiro olhou para o céu notando algumas estrelas, reparou na embarcação quebrada e sua posição de queda e apontou com firmeza.

_ É para lá! – disse apontando para a direção de Morrigan – o norte fica para lá.
_ Então está decidido. Descansaremos e logo...

Um uivo na mata densa foi ouvido. Os 5 olharam na mesma direção. Havia atrás das folhagens e se aproximando. Egreog foi o primeiro a ver, era grande olhos amarelos, como duas luas completas uma ao lado da outra. Ele puxou lentamente a espada segurando a gigantesca espada com ambas as mãos. Leomund deu alguns passos pra trás assim como Morrigan. Sem muito tempo para pensar ou prender a respiração a fera saltou de trás da folhagens. Era enorme. Parecia como um lobo, mas era maior do que um humano. Seus pelos e dentes enormes apresentaram uma boca gigantesca, Lokki só teve tempo de gritar cuidado e a fera alcançou o ombro direito de Egreog fazendo seu sangue espirrar tingindo o cenário de rubro. O guerreiro juntou a pouca energia que lhe estava e num balançar da espada cravou sua lâmina entre as costelas do Lobo Atroz, o lobo rosna de dor enquanto seu pulmão esquerdo é partido ao meio. Morrigan puxou uma flecha mirou com maestria e deferiu o golpe final. A flecha zuniu próprio ao rosto de Guerreiro selvagem e acertou o pescoço da fera levando-a para o encontro de Ukaras.

_ O que – Leomund engoliu seco antes de prosseguir com a frase. Seu corpo tremia – O que foi aquilo?
_ Não sei, mas Egreog precisa de cuidados – disse Morrigan se aproximando do companheiro abrindo a mandíbula do animal para desgruda-lo da carne mastigada de Egreog.
_ Isso não é bom, Lokki e Egreog estão feridos – disse Leomund – Quem vai cumprir com a promessa agora de me proteger? Glup?
_ Obrigada pela importância que deu pra minha presença aqui – disse Morrigan abrindo a bolsa e pegando alguns itens para cuidar do ferimento de Egreog.
_ Eu estou bem. Só preciso descansar – disse Egreog afastando as mãos de Morrigan de seu ombro e se pondo de pé.
_ Morrigan – disse Lokki arrastando-se pra perto dos aliados ignorando a dor – proteja o perímetro, faça o que tem que fazer. Glup, vá chamar a família para cá. Precisamos ficar próximos.
_ A família saiu – disse Glup abrindo os bracinhos e fazendo cara de sapeca.
_ Como assim saiu? – perguntou Lokki arregalando os olhos.
_ Eles viram o grande Lobo e puff. Sumiu. Foi correr pela floresta. Já disse que gosto de Florestas? – disse balançando a cabeça e sorrindo.
_ Glup porque não me avisou na hora! Leomund vá atrás deles, Glup você aponta o caminho.
_ Como? – Perguntou Leo puxando a gola da blusa para respirar melhor.
_ Você enlouqueceu? – Perguntou Morrigan – Vai mandar uma criança e um covarde procurar uma família que você só teve contato dentro de um aeromóvel? Quando decidi seguir você foi porque você me pareceu sensato e não um aleijado que manda crianças atrás de uma família de pesos mortos. Eles já estão mortos Lokki, eles morrem assim que entraram no aeromóvel.
_ Eu não posso deixar que as pessoas que estavam sobre minha proteção sejam mortas. Aquela família precisa da minha ajuda – Disse Lokki sentando o corpo no chão.
_ As únicas pessoas sobre sua proteção aqui somos nós! E você queria enviar a criança e o poeta que você, que nós, juramos proteger e sermos leais! Se eu saí da minha vida tranquila e prospera para na primeira oportunidade altruísta você matar a todos nós, eu juro que volto do reino de Ukaras para amaldiçoar sua família com meus assombros!

Lokki abaixou a cabeça e ficou refletindo durante um tempo. Seu olhar estava triste. Leo percebeu. Morrigan deu uns passos pra trás notam que estava quase esbofeteando o cavaleiro. Ela compreendia sua preocupação com as crianças e mulher, mas não permitiria se que seus amigos corressem perigo para ajudar um bando de estranhos sem dinheiro.

_ Perdão Egreog, Morrigan, Leomund e Glup – ele respirou fundo – eu estou me sentindo impotente e delegando minha função a vocês. Glup me perdoe, não havia nada que você pudesse fazer, pequena – ela corre até o cavaleiro e o abraça forte afundando sua pequena cabeça no seu pescoço.
_ Não há o que se desculpar – disse Egreog depois de um longo silêncio – você está seguindo o que sua igreja prega, mas no mundo, na guerra pela sobrevivência, às vezes devemos fazer escolhas difíceis.

Leomund se aproximou de Lokki e apoiou a mão se curvando próximo ao cavaleiro abrindo um sorriso largo e amistoso.

_ O que precisa que eu faça, Lokki?
O olhar de Lokki sempre lhe era reconfortante e ele se sentiu obrigado a passar a mesma sensação para o amigo com o sorriso. E parecia ter sido efetivo, os olhos dourados de Lokki voltaram a brilhar e ele estufou novamente o peito.
_ Leo, busque lenha para fogueira. Morrigan, concentre-se na segurança do acampamento. Egreog? – O grande amigo balançou a cabeça afirmando estar melhor para ajudar – prepare um lugar seguro longe da umidade do solo para podermos dormir. Glup, ajude-me a tirar a pele desse Lobo. Nós teremos carne para o jantar.

A noite avançou como um cometa. Eles contaram histórias sobre suas vidas, riram muito. Glup gargalhava de uma forma tão gostosa das histórias de Leomund que era impossível não gargalhar juntos. E por alguns minutos se esqueceram de onde estavam e não pensaram no que estava por vir.
Lu Ciacci
Lu Ciacci
Co-Administrador
Co-Administrador

Mensagens : 536
XP : 5402
Data de Inscrição : 04/10/2011

FICHA
Nível: PS 6
Classe: Mekhet
Mesa: Vampire

Ir para o topo Ir para baixo

Diário de Campanha Empty Prelúdio 3ª Parte

Mensagem por Lu Ciacci Dom 07 Abr 2013, 11:44 pm

III


A manhã chamava de volta o canto dos pássaros e a floresta já não parecia tão assustadora para Morrigan. Ela desceu da árvore e esfregou a roupa tirando a sujeira ela havia ficado com a última vigila e nada de especial aconteceu. Antes de acordar Lokky, Leo e Glup, ela se aproximou de Egreog e o sacodiu para que acordasse. Na quarta tentativa o grande guerreiro das montanhas abriu os olhos.

_ Pelos deuses, como você dorme – ela murmurou puxando para se levantar – Vem quero que me ajude em uma coisa.
_ Para que precisa da minha ajuda? – ele perguntou vendo-a abaixar e pegar a pele do lobo atroz que mataram na noite passada e jogando sobre suas costas e cabeça.

Ela ria como uma criança. Morrigan era a mais velha do grupo e tivera que passar por maus momento e amadurecer muito cedo. Por conta disso, talvez, carregue com ela para sempre a pequena criança que nunca pudera ser.

_ Eu só quero que fique aqui – disse ela segurando o riso olhando para o grande Egreog com a pelagem – Você está uma graça assim.
_ O que pretende fazer? – ele perguntou novamente vendo-a se aproximar de Leomund e logo percebeu o que a amiga tramava – Você não tem jeito – ele disse rindo baixo com a voz rouca e se aproximando junto – Lokky não vai gostar – ele a lembrou.
_ E eu lá ligo para o Lokky pensa? – Ela disse com uma pontinha de preocupação e já se preparando para o sermão.
Ela chegou bem próxima de Leo e gritou:
_ Pelos Deuses! Leo, o lobo está encima de você!

O pobre coitado do poeta saltou da cama improvisada com folhas e pano da rede. Seu grito foi tão alto que não duvidaria que do eco teria alcançado o monte Randal. No susto também saltaram das camas Lokky e Glup.
Lokky ergueu da cama com sua espada curta empunhada Glup saltou da cama abraçou Lokky e começou a chorar enquanto Leo saiu correndo olhando para o “lobo”, tropeçou em um galho e caiu de cara na lama.

Morrigan e Egreog estavam no chão gargalhando quando Lokky gritou seus nomes. O esporro foi ouvido em silêncio. Um pouco por saber que mereciam e outra porque tinham medo de voltar a rir caso abrissem a boca. O poeta ouviu as desculpas dos dois com risadas de fundo e enquanto Lokky rezava para sua deusa, como a sua religião ensinava, Egreog e Morrigan foram punidos a desmontarem o acampamento e preparem uma forma de carregarem o cavaleiro pelo longo caminho que teriam.

Leo, com a ajuda de Egreog conseguiram calcular que levariam mais ou menos uma semana para atravessar a floresta e os suprimentos iriam acabar antes o final da floresta. O bárbaro ainda estava muito ferido e com o cavaleiro devoto de Aedrannis sem poder se movimentar as coisas ficavam ainda piores. O caminho pela floresta era irregular e desconhecido, talvez demorasse mais uma semana a jornada.

_ E se houver morros e desfiladeiros, rios? – questinou Leomund – como passaremos levando Lokky?
_ Não se preocupe com isso – disse Egreog – Morrigan e eu pensaremos em algo.
_ É – disse Morrigan – a gente deixa ele na floresta – Leomund olhou com reprovação – foi só uma piada. Não que eu não tenha pensado na possibilidade – ela murmurou baixo a última parte.

Antes da metade do dia Egreog e Morrigan haviam criado uma espécie de maca para Lokky, a diferença era que essa maca ficava presa nos ombros de ambos permitindo a movimentação dos braços.

_ Se tiver morros e desfiladeiros teremos que contornar, e dependendo do Rio poderemos através – disse Egreog para Lokky.
_ Então vamos partir.

A caminhada começou em um ritmo animado, Leomund ia cantando uma música élfica sobre viagens e descobertas, as músicas acalmavam Glup que estava o tempo todo com a mão segurando a maca de Lokky.

Quem estava à frente era o Egreog, atrás dele segurando a parte de trás da maca estava a Ladina. Leomund mudava de posição e o que estava fazendo a todo o momento. Ora estava na frente, ora atrás, ora passando embaixo da maca, ora olhando uma flor de tons vibrantes, ora admirado com um pássaro e tentando imitar seus sons com assovios.

Depois de algumas horas e já sentindo o sol perder um pouco de sua força, começaram a escutar som de água corrente, som de rio. Outro som apareceu à medida que caminhavam e se aproximavam do rio, era um som oco, som de madeira oca em pedra. Quando estavam já sentindo o cheiro da água e o sabor da mesma fresca em seus lábios, ouviram um som não tão acolhedor, era o som de árvores retorcendo o estalar da madeira ao ser forcada a uma posição que não lhe agrada. Eles param por um minuto.

_ Ouviram isso? – perguntou Leo – o que será? – questionou dando alguns passos a frente de Egreog e sendo segurado pelo mesmo.
_ Não é seguro, vamos todos juntos – disse o bárbaro.
_ Não seria melhor, não sei, esperar o som horripilante ir embora? – perguntou Morrigan.
_ Está com medo de algo que o covarde Leo está louco para ver? – Questionou Lokky com tom de sarcasmo – Essa floresta tem seus mistérios. Não é mesmo, Glup?
_ É – concordou a pequena sem saber muito do que se tratava.

O som de tronco sendo torcido continuava, mas, aos poucos, ia se tornando mais distante. Leo não podia deixar de ver o que era aquilo. Seria uma criatura imensa? O que mais existia naquela floresta? Com muito cuidado foi para trás do grupo onde ninguém notaria caso ele saísse para dar uma olhada. E assim que se distraíram com a proximidade com o rio, ele de rola entrando mais na mata e começou a caminhar seguindo o som.

_ É um barco – disse Egreog – Está intacto podemos usá-lo e seguir caminho pelo rio.
_ Não acho uma boa ideia – contestou Morrigan – Olha o estado desse barco! Com certeza algo atacou as pessoas que estavam nele.
_ E se eles foram enganados pelo rio? – Questionou Lokky – Já ouvi falar a respeito disso. Que o rio é traiçoeiro.
_ E é nesse rio que você quer navegar, senhor dos conhecimentos? – disse Morrigan com tom de desdém.
_ Eu gosto de rios – a pequena Glup sorriu tentando tirar o clima tenso que pesava no ar.
_ Leomund, você está muito silencioso, dê sua opini... – Morrigan para por um momento e sentiu um calafrio subir a espinha – Egreog, Leo está com você ai à frente? – ela questionou buscando Leomund com os olhos.
_ Não! Ele não estava com você? – respondeu em uma pergunta arregalando os olhos.
_ Leomund! – O eco do grito em conjunto do Lokky, Egreog e Morrigan rebatem nas árvores até chegar aos ouvidos de Leo, que apenas olha para trás e continua caminhando em direção ao som curiosamente atrativo.

Os passos rápidos e leves do jovem curioso sobre a folhagem úmida afastavam a vegetação com seu corpo. Aos poucos o som de tronco retorcendo ficou mais claro, eram passos. Uma criatura enorme, feita de tronco e galhos, andava lentamente pela água, provavelmente por ser difícil se deslocar na floresta com tal tamanho. Leomund ficou durante um tempo olhando para a criatura, Leo percebeu que ela carregava consigo uma pessoa em sua engalhada mão, parecia carregar como cuidado. Zelo.

_ Ei – gritou chamando atenção movido pelo impulso da curiosidade. A criatura para e olha para o lado de onde se originou o grito. E Leomund amaldiçoou sua curiosidade ao ver a grande cara amadeirada se aproximar.
_ Quem. É. Você? – a voz da criatura parecia um ronco grave a pausado.
_ Meu nome é Leomund – disse com os olhos arregalados.
_ O. Que. Fazer. Aqui? – perguntou novamente entortando a cabeça demostrando curiosidade.
_ Eu caí aqui – disse rapidamente olhando para os lados como se calculasse uma rota de fuga.
_ Dever. Ir. Embora – disse erguendo o corpo e endireitando a postura.
_ Espera! – Leomund gritou novamente vendo a criatura inclinar-se em sua direção novamente – não sabemos o caminho para a saída.

A criatura ergueu novamente o corpo e proferiu um som tão rústico que Leomund tapou os ouvidos enquanto o eco fazia vibrar as árvores, balançando-as como chocalhos. E poucos segundos depois o vento trouxe consigo uma voz sussurrante que disse ao pé do ouvido.
“Caminhe para o nordeste na trilha da lua minguante, a pedra da lua te levara ao seu destino.”


_ Quem – Ele fez uma pausa para engolir a saliva – quem falou isso? – perguntou Leo olhando para os lados.
_ Meu. Mestre – disse a enorme criatura se erguendo novamente para seguir seu caminho.
_ Espere! – gritou novamente o jovem curioso vendo a criatura olhar novamente em sua direção – o que carrega em sua mão?

A criatura feita de árvore abre a mão mostrando a jovem que carregava, a pequena criança possuía a mesma fisionomia da pequena criança que caíra com eles no aeromovel.

_ Essa pequenina. Ela veio comigo – ele disse temendo para onde quer que estaria a levando.
A criatura abre a mão e deixa com que o jovem curioso a segurasse nos braços.
_ Levar. Esta. Com. Você – disse erguendo-se e seguindo o caminho pelas águas.
_ Leomund – disse a voz familiar de Morrigan – o que era aquela coisa?
_ Não sei – ele disse entregando a pequenina nas mãos da ladina – mas já sei como sair daqui.

A ladina e o covarde curioso voltam para o resto do grupo. Leo conversou por alguns minutos com os jovens amigos avisando-os de que havia encontrado o caminho para uma saída da floresta. Depois da dificuldade de explicar que ele havia escutado a direção em um sussurro no vento. Eles sobem no barco encontrado na encosta do rio e seguem o caminho pelo rio.

As águas claras do rio Tissiu não pareciam tão assustadoras quando nas histórias ouvidas pro Leomund. Ele ficou observando as pequenas ondas que se esfregavam na lateral do barco. Ele deixou que o dedo tocasse as águas frias lembrando-se das histórias contadas pela sua mãe ao lado de seu berço. Já fazia um tempo que não a via.

_ Está pensativo Leo – disse o cavaleiro com o olhar dourado.
_ Apenas pensando em quais histórias minha mãe estaria preparando para contar no jantar.
_ Sente muita falta deles? – perguntou em tom de preocupação.
_ Sim, mas falta é reflexo da ausência – disse o jovem franzino olhando para a água – assim que eu escrever algumas histórias sobre nós e nossas aventuras voltarei para minha casa.

Lokky não falou nada, era uma sensação estranha a que tivera ao ouvir aquilo, era como um irmão negar o sangue, talvez ele tivesse dito algo, caso soubesse que aquele tipo de sensação inundou também o coração do músico.

A noite começou a cair e os reflexos dançantes das estrelas na água calma, existente naquele trecho do rio, eram deslumbrantes. Havia momentos em que Glup não sabia se olhava para o seu ou para o chão. Os olhinhos pequenos da selvagem menina buscavam na clara escuridão a imagem de seu amigo Croc, mas ele nadava tão devagar acompanhando o barco que quase não ondulava a superfície espelhada.

_ Isso é lindo – disse o grande Egreog remando lentamente o barco e olhando para cima – nunca vi lugares como esses em Dereron.
_ Dereron fica onde mesmo? – questionou a Ladina que estava calada quase a viagem inteira no barco.
_ Fica no topo de uma das Montanhas de Randal. Minha aldeia é pequena, escondida na neve.
Lu Ciacci
Lu Ciacci
Co-Administrador
Co-Administrador

Mensagens : 536
XP : 5402
Data de Inscrição : 04/10/2011

FICHA
Nível: PS 6
Classe: Mekhet
Mesa: Vampire

Ir para o topo Ir para baixo

Diário de Campanha Empty Prelúdio 4ª Parte

Mensagem por Lu Ciacci Sáb 12 Jul 2014, 12:52 pm

IV






_ Olhem – Disse Lokky apontando para a margem do rio – seria ali?

Em uma grande árvore havia o desenho de uma meia lua, a tinta reluzia prateada, com a luz da lua. Eles guiaram o barco para a margem e colocaram os pés na terra molhada depois de horas sentados. Morrigan resmungou qualquer coisa a respeito da bota nova agora molhada e eles seguiram pela trilha.
Aquele caminho parecia ter sido esquecido pelo tempo e possíveis moradores daquela floresta. Talvez umas 10 bestas tenham nascido e morrido durante o tempo sem movimentos naquela trilha. Eles caminharam por algumas horas, sendo guiados pelas estranhas imagens brilhantes talhadas nas árvores. Depois de um longo tempo encontraram uma grande pedra, ela estava inclinada de forma diferente das demais e de cada lado havia uma árvore.

_ Que lindo – disse Glup com os olhos alegres e correu rindo para a pedra.
Egreog colocou Lokky no chão com a ajuda de Morrigan que passeia aliviada por não precisar mais dividir o peso.
_ Olhem isso! – Exclamou Leomund pulando em frente à pedra.

Um raio de luar que ultrapassava as folhagens mirava exatamente na pedra e aos poucos aquela faixa de luz ia subindo. Depois de alguns segundos o raio tocou o topo da pedra e ela começou a emanar um som. Todos os cinco jovens aventureiros arregalaram os olhos espantados com o que estavam vendo, ouvindo e sentindo. O chão começou a tremer sob seus pés e as árvores dos lados da pedra se entrelaçaram contornando-a. o som se intensificou e uma luz ofuscante emanou da pedra, Leomund não conteve o grito.
Quando a luz cessou restou na pedra uma escrita em prata. Leomund se aproximou receoso por ainda escutar o som que vinha da pedra e leu a escrita élfica para a consciência de todos.

_ “Pensa, logo está” – ficou olhando para aquilo durante um tempo – o que isso quer dizer? – questionou olhando para todos e estendendo sua dúvida aos mesmos.
_ Tem certeza que você traduziu certo? – disse Morrigan lendo novamente à escrita.
_ É claro que sim! – disse Leomund cruzando os braços.
_ Deixa eu ler – disse a pequena glup pedindo colo para o Egreog esticando os pequenos bracinhos.

E apesar da queixa de Morrigan a tradução de Leomund estava correta. Repousaram durante um tempo e ficaram refletindo sobre o enigma.
“Às vezes só precisamos pensar e seremos teleportados” disse Morrigan, mas as tentativas fracassaram.
“Talvez se encostarmos nela pedra ela nos teleporte” disse Lokky, mas as tentativas fracassam.
“Talvez nos falte confianças, se corremos em direção a pedra talvez ela abra” disse Egreog, mas a tentativa só deslocou seu ombro.
“E se a gente cantar com ela” disse Glup e teve como retorno a risada da maioria. Menos Leomund que estava reflexivo olhando sem parar para a pedra.

_ Talvez funcione – disse Leo levantando do chão.
_ O que “talvez funcione”? – perguntou Lokky entre uma risada e outra e vendo Leomund puxar a flauta do bolso – você só pode estar de brincadeira.
_ Não, de todos a melhor ideia foi a de Glup – disse ignorando o tom arrogante no comentário de Lokky e fazendo Glup sorrir – essa pedra não emana esse som atoa – disse Leomund de olhos fechados e treinando a posição dos dedos na flauta.
_ Lógico que não emana é magia! – Morrigan com olhar descrente.
_ E é magia, mas a única magia que funciona a base de som é a bárdica, que com todo respeito, sou o mais perito daqui.

Leomund gastou uns bons minutos em tentativas, mas depois de quase 1 hora soprando a flauta e já sentindo o diafragma reclamar pelo esforço ele encaixou o tom da canção da pedra com a de sua flauta e a pedra se abriu com uma porta. Lá de dentro saia uma luz muito forte branca e a fumaça dançante impossibilitava de ver o outro lado.

_ E agora? – perguntou Lokky.
_ Agora Pensamos no lugar e chegaremos lá – disse Morrigan tapando os olhos e dizendo repetidas vezes “Cidade Arena, Cidade Arena” e desapareceu na fumaça branca.

Já do outro lado ela podia ver a cidade Arena, estavam a 10 minutos de lá. Ela sorriu e ouviu os amigos chegando logo atrás. Lokky sendo carregado por Egreog em suas costas e os mais novos vinham atrás puxando a longa espada de Lokky e o enorme machado de Egreog.
A cidade arena brilhava na noite escura e estrelada a passagem atrás já havia desaparecido e os jovens começaram a caminhada rumo ao inicio de suas aventuras.

_ Nossa, que pedra incrível – indagou Morrigan ainda parada olhando para a cidade – ela manda a gente pra onde quisermos – então ela parou por alguns segundos analisando o que acabara de falar – espere um pouco! Eu poderia ter me mandado pra dentro de um cofre de um rei! Ai pelas barbas de um anão careca! Como eu não pensei nisso! Eu vou voltar pra lá!
_ Morrigan – todos olharam pra atrás e gritaram ao mesmo tempo.
_ Ou talvez eu devesse ir pra cidade, realmente estamos cansados temos que dormir eu não estou raciocinando direito, como eu fui burra. Burra. Burra. Burra.
_ Morrigan – disse Leomund buscando a atenção de Morrigan – Ignóbil é mais sua cara – disse ouvindo os passos da mulher correndo em sua direção e saiu correndo gritando jogando pra trás o machado do grande guerreiro e alguns itens que tinham em sua bolsa para o ar.
A lua caminha devagar no céu observando silenciosa e sorrindo.
Lu Ciacci
Lu Ciacci
Co-Administrador
Co-Administrador

Mensagens : 536
XP : 5402
Data de Inscrição : 04/10/2011

FICHA
Nível: PS 6
Classe: Mekhet
Mesa: Vampire

Ir para o topo Ir para baixo

Diário de Campanha Empty Re: Diário de Campanha

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos